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Jornalistas devem monitorar Ensino Médio Inovador nos estados

Enviado por on 17 de julho de 2009 – 18:12nenhum comentário

A aprovação da proposta do MEC de reforma do currículo do ensino médio pelo Conselho Nacional de Educação, no dia 30 de junho, foi o destaque da cobertura dos jornais impressos e revistas no período de 1 a 15 de julho. O programa foi batizado de Ensino Médio Inovador pelo ministério (saiba mais detalhes da proposta aqui).

Tratado por alguns como “revolucionário”, o projeto foi questionado por outros pelo seu alcance limitado, já que se trata de uma iniciativa experimental com, inicialmente, apenas cem das 24.200 escolas do país.

Desigualdades

A inserção precária dos jovens no ensino médio e a necessidade de tornar a última etapa do ensino básico atraente, especialmente para os mais pobres, foram abordagens consensuais.

O Globo (RJ), O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Povo (CE), Diário de Pernambuco e A Gazeta (ES) foram alguns dos jornais que trataram do tema nos dias seguintes à aprovação.

O Globo (1/7) destaca acertadamente dados do IBGE que mostram que, na faixa dos 15 aos 17 anos, apenas 82,1% estudavam em 2007. “O pior é que somente 48% deles frequentavam o ensino médio”, completa o diário.

Mas o jornal poderia ter ido além dessa constatação e feito ainda outro recorte: de acordo com a PNAD 2006, considerada essa mesma faixa etária, entre os 20% mais pobres apenas 24,9% estavam matriculados, enquanto entre os 20% mais ricos 76,3% frequentavam o ensino médio. São ainda mais gritantes recortes étnico-raciais ou por região (veja mais na publicação Em Questão 6 sobre o tema, disponível abaixo).

Valorizar o professor

É da Folha de S. Paulo, no entanto, o tom mais crítico ao programa. Mais do que “experimentalismos curriculares”, afirma em um editorial publicado na edição de 2 de julho, é necessário enfrentar um dos “problemas mais graves da educação de jovens no Brasil: a desorientação de professores e diretores para ministrar o conteúdo mais básico aos alunos”. O jornal é o único a lembrar que, sem a formação dos professores e a valorização de sua carreira, tais medidas serão inócuas.

Mas é preciso tomar cuidado com o discurso de responsabilização dos professores pela precariedade do ensino. Um artigo publicado no Jornal Brasil de Fato (14/7) aprofunda a discussão e analisa a categoria pela dimensão do gênero e raça. Constata-se que, não por acaso, ela é constituída majoritariamente por mulheres e, crescentemente, negra.

O debate nos estados

O Diário de Pernambuco (2/7) ouviu um representante do Conselho Estadual de Educação para repercutir a notícia. Também foram procurados alunos e um professor da rede pública, que se mostrou cauteloso quanto à proposta de aumento de 25% na carga horária: “tenho receio de ser explorado”, disse o docente à reportagem do Diário. Seria mais interessante, aqui, instigar o professor a falar sobre os impactos da proposta e dar mais espaço para a opinião dos docentes sobre as mudanças – tal como foi feito com os alunos na mesma reportagem.

O debate deve voltar à pauta no início de agosto, quando o MEC apresentará um plano mais detalhado aos estados. Depois, será dado um prazo de 60 dias para adesão das escolas, que devem receber verbas para o convênio.

Agora, cabe aos jornalistas acompanharem a implementação do programa em seus estados. Como as secretarias receberam a proposta? Já que os projetos devem partir das escolas, como professores e diretores vão se organizar para apresentá-los? As escolas receberam as informações do edital do ministério?

Fala Educador! Fala Educadora!

Publicaram textos artigos e cartas de professores:

Jornal de Santa Catarina (1/7) – Creches, por Tania Regina Dias
Jornal de Santa Catarina (13/7) – Educação, por Almerindo Brancher
Jornal de Santa Catarina (14/7), Educação, por Sednem Nosreala
Folha de S. Paulo (5/7), Educação, por Doralice Araújo

Além da Pauta

Ensino Médio

A publicação Em Questão 6 – Ensino Médio no Brasil, escrita pela professora Nora Rut Krawczyk, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, mapeia os principais desafios dessa etapa da educação básica.

Acesse o texto na íntegra aqui.

Confira aqui o banco de fontes – Ensino médio

Fontes em educação.

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