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Organizações e pesquisadores que atuam em EJA criticam atual programa de alfabetização

Enviado por on 6 de junho de 2012 – 21:50nenhum comentário

Para especialistas, os resultados ruins mostram que o programa requer revisão: o Brasil tem uma população de 61,8 milhões de pessoas com mais de 15 anos que não frequentam a escola e que não têm o ensino fundamental completo.  O número de matrículas na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) está em torno de 3,5 milhões (Educacenso, 2011). Da população com 15 anos ou mais de idade, 13,9 milhões são consideradas analfabetas. (Censo Demográfico/IBGE, 2010).

O PBA foi implantado em 1.928 municípios que apresentam taxa de analfabetismo igual ou superior a 25%. Desse total, 90% localizam-se na região Nordeste. Podem aderir ao programa estados, municípios e o Distrito Federal.

Para Maria Clara di Pierro, professora da Faculdade de Educação da USP e especialista em educação de jovens e adultos, o problema do PBA é que os pontos frágeis do programa (como baixo financiamento e falta de formação para os educadores) são estruturantes.

“Estão tentando se esforçar pra minimizar os pontos frágeis do programa, mas eles são estruturantes, e impactam nos resultados frustrantes”, diz ela. Um exemplo é “a bolsa, que tem valor muito baixo e que não atrai pessoas qualificadas. Estão trabalhando com pessoas jovens sem preparo pedagógico. Temos grave problema de desconexão”. Segundo Maria Clara, a continuidade de estudos é muito baixa, o programa alfabetiza pouco e não continua o pouco que fez.

A meta 9 do Plano Nacional de Educação (PNE) determina que se atinja a taxa de 93,5% de alfabetização da população com 15 anos até 2015 e que se supere, até 2020, o analfabetismo absoluto, além de reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.

Pelo PBA, O MEC/FNDE repassa recursos financeiros aos estados e municípios em transferência automática para o pagamento de bolsas aos alfabetizadores e coordenadores de turmas, formação de educadores, merenda e materiais pedagógicos e de apoio ao professor.

Segundo o MEC, O Brasil Alfabetizado atendeu 9,9 milhões de jovens e adultos desde sua criação até 2008 – ano em que se aplicou R$ 245,8 milhões no programa.

Especialistas ouvidos pelo Observatório acreditam que uma política de alfabetização não deveria estar descolada da EJA, pois sem promover a continuidade dos estudos, as ações ficam desarticuladas e não levam os alunos a concluírem a Educação Básica.

Essa semana, uma reunião técnica da Secadi sobre o tema reuniu outros países da América Latina para colher subsídios para uma eventual reorientação do programa, que se soma ao processo já desencadeado pelos fóruns de EJA no Brasil.

Leia também:

Brasil quer rever programa de alfabetização de adultos

 

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