Conselheiros discutem relação do CEE-SP com imprensa e tecnologias na educação
Na última sessão plenária do Conselho Estadual de Educação de São Paulo (CEE-SP), em 30 de janeiro de 2013, os conselheiros discutiram sugestões de temas que podem ser pauta de sessões ao longo do ano – a tecnologia na educação e a relação do conselho com a imprensa foram dois dos assuntos levantados.
Os conselheiros mencionaram a recente vinda de Salman Khan ao Brasil e a conselheira Malu Montoro observou que a Fundação Lemann poderia ser convidada para expor sua experiência (a entidade está traduzindo as aulas virtuais, que poderão ser utilizadas nas escolas brasileiras).
Malu também sugeriu a participação, em reunião do CEE, de Vera Cabral, da Secretaria de Educação, “que está muito envolvida nesse processo”. Guiomar Namo de Melo, presidente do colegiado, explicou que Vera “é a pessoa que gerencia a PPP, parceria público privada muito grande que o governo está fazendo para introdução de tecnologias”. Vera já esteve no Conselho para falar sobre o desenho desse projeto . “Eu sei da parceria pelo lado dos que estão concorrendo”, ponderou Guiomar, “então estou sempre me colocando a par nesse sentido”.
Hubert Alquéres falou sobre a necessidade de debater a introdução do livro digital. “O governo federal comprou 600 mil tablets para distribuir a professores de todo o Brasil”, explicou, “mas a crítica que se faz é que os conteúdos ainda não existem para essas plataformas”. Ele participou de uma mesa na Campus Party sobre o assunto.
“No momento que o governo brasileiro passa a sinalizar o uso intensivo de livros digitais, isso certamente faz uma revolução no mercado”, acrescentou Hubert, lembrando que 90% das escolas brasileiras são públicas.
“Ação entre amigos”
Guiomar disse ser favorável à ideia de que o CEE mapeie essas tendências, mas se mostrou preocupada com o fato de essas discussões ficarem “presas às paredes do Conselho”. Para Guiomar, só faz sentido o órgão se debruçar sobre temas de atualidade se o debate for ampliado. “Precisamos mostrar a cara do Conselho, dizendo que está se posicionando”.
A solução, disse Guiomar, seria “um trabalho sistemático de relacionamento com a imprensa”. “Senão fica uma ação entre amigos”, concluiu, pedindo a opinião dos outros conselheiros, especialmente os que já foram presidentes do órgão.
Francisco Carbonari lembrou que uma fala recorrente sobre o Conselho é que é preciso dar visibilidade às suas ações. “Até porque precisamos de outros órgãos, que não sabem o que nós fazemos, e muitas vezes não nos levam muito a sério porque não entendem o que fazemos aqui”. Carbonari sugeriu a integração dos vários conselhos de políticas públicas existentes.
Opinião em off
Hubert, ex-presidente do CEE, ponderou que o Conselho precisa “de uma visibilidade positiva, não negativa”. Ele falou de um parecer de sua autoria, que foi publicado recentemente no Diário Oficial, sobre o caso de um professor da rede pública que lecionou por treze anos com documentos de seu irmão, sem ter habilitação para o cargo.
“O repórter leu o extrato, mandou um questionário enorme e nos próximos dias vamos ter uma reportagem na Folha sobre esse tipo de situação, ‘como pode um professor dar tantos anos de aula na rede sem documento e não perceber nada’, coisas assim”, lamentou Hubert. “Certamente teremos uma matéria negativa”.
Nesse momento, Hubert desligou seu microfone e continuou a falar sobre o tema da imprensa. No plenário do CEE, os observadores da reunião acompanham a sessão através de um vidro, e só se ouve as falas dos conselheiros por meio de um alto-falante.
Guiomar informou que está elaborando o cronograma do CEE-SP e que receberá dos conselheiros outras indicações de pautas e estratégias.
Seguiu-se com a ordem do dia e a apreciação de processos. Consulte aqui os pareceres aprovados pelo CEE-SP.
